Quando você olha para aquele pequeno ser, é amor à primeira vista. Quando você sente ele em seus braços, tem a certeza de que é amor para toda a vida. Com tanto sentimento envolvido, o que você faria se soubesse que existe algo capaz de cuidar e preservar a saúde do seu bebê logo nos primeiros dias de vida?
Faria todo o possível, certo? Por isso, papais e mamães, o primeiro compromisso de vocês com o mais novo integrante da família já está agendado. É o teste do pezinho!
Fica aqui com a gente para entender o que é, para que serve e quais as principais doenças detectadas por meio desse exame.
O que é o teste do pezinho?
É o primeiro exame de sangue que o seu bebê irá fazer.
Também conhecido como triagem neonatal, o teste é obrigatório e deve ser realizado entre o 3º e o 5º dia após o nascimento.
Algumas mamães o realizam antes mesmo de sair da maternidade, seja ela pública ou privada. Outras, procuram uma unidade básica de saúde ou laboratório particular para realizar o exame poucos dias depois.
Para que serve?
O teste do pezinho serve para diagnosticar doenças graves, metabólicas ou genéticas, de forma precoce e mesmo sem sintomas.
Isso viabiliza o tratamento imediato e adequado aos recém-nascidos, o que reduz as taxas de mortalidade ou sequelas, além de aumentar a qualidade de vida dos pequenos.
Dia nacional do teste do pezinho
Embora o exame seja realizado desde os anos 70, ele só se tornou obrigatório no Brasil nos anos 90. Porém, data de 6 de junho de 2001 a grande conquista: a implantação do Programa Nacional de Triagem Neonatal – PNTN do Ministério da Saúde.
É uma data para comemorar, pois, a partir dela, não só o teste passou a ser obrigatório, como o acompanhamento dos recém-nascidos, dependendo do resultado do exame.
Todos os estados passaram a ter pelo menos um posto de referência e vários pontos de coleta de sangue para a análise. Graças a isso, também foram criados os Serviços de Referência em Triagem Neonatal e muitas campanhas de conscientização e estudos sobre o assunto.
Quais as doenças que podem ser detectadas?
As principais doenças identificadas pelo teste do pezinho são o hipotireoidismo congênito e a doença falciforme. No entanto, o exame básico é responsável por detectar 6 enfermidades.
Que tal saber um pouco mais sobre cada uma delas?
Fenilcetonúria
É uma doença genética, causada pela deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase. Sem ela, o aminoácido fenilalanina não se transforma em tirosina, o que pode causar retardo mental.
Hipotireoidismo congênito
Ocorre quando a tireoide do bebê não consegue produzir quantidade suficiente de hormônios, o que interfere no desenvolvimento físico e mental.
Doença falciforme e outras hemoglobinopatias
A anemia falciforme e a talassemia são as mais conhecidas. Tratam-se de doenças genéticas e hereditárias, que envolvem alterações nas células vermelhas do sangue, reduzindo assim a capacidade de transporte de oxigênio para várias partes do corpo.
Fibrose cística
É uma doença genética que pode levar à morte. Afeta o sistema respiratório e o pâncreas, devido à grande quantidade de muco produzida.
O teste do pezinho é fundamental para diagnosticar, tratar precocemente e evitar complicações decorrentes dessa doença.
Hiperplasia adrenal congênita
São doenças genéticas que reduzem a produção de hormônios nas células adrenais, afetam o crescimento e o desenvolvimento normal das crianças.
Os principais sintomas envolvem crescimento excessivo, puberdade precoce e deficiências nos órgãos genitais de meninas e meninos.
Deficiência de biotinidase
É um problema congênito que causa a deficiência da vitamina biotina no organismo. Sem ela, a saúde do sistema nervoso fica prejudicada, o que pode causar convulsões, fraqueza muscular, baixa imunidade, queda de cabelo e atraso no desenvolvimento.
Como o teste é feito?
Uma picadinha simples e rápida no calcanhar é o suficiente para a coleta de pequenas gotas de sangue em papel filtro. O material é enviado ao laboratório para análise e pronto!
O calcanhar é escolhido por ser um local com muitos vasinhos. Isso torna a coleta mais rápida e praticamente indolor.
As mamães não precisam se preocupar, pois não há contraindicações e nem efeitos colaterais. O exame é seguro!
É possível fazer o teste do pezinho depois de 7 dias?
Sim, mas não é recomendado. A partir do 7º dia de vida, o resultado não é tão efetivo quanto na primeira semana. O ideal mesmo é realizar o teste entre o 3º e o 5º dia após o nascimento.
Bebês prematuros também podem fazer o exame, mas é necessário mais de uma coleta. A primeira pode ser feita até o 7º dia de vida e a segunda após 120 dias.
Por que não é indicado fazer nas primeiras 48 horas de vida?
O bebê precisa ter ingerido uma quantidade suficiente de proteínas para que algumas doenças possam ser detectadas de forma segura.
Por isso, o mais indicado é a partir do 3º dia, quando o recém-nascido já se alimentou e o organismo está em pleno funcionamento.
O que é o teste do pezinho ampliado?
Além do exame básico oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), laboratórios e maternidades particulares oferecem versões ampliadas.
O objetivo é o mesmo. Detectar doenças graves, que podem ser tratadas de forma precoce a fim de reduzir ou impedir sequelas.
O que os diferencia é o número de doenças analisadas. Enquanto o exame básico detecta apenas 6 doenças, os testes ampliados podem diagnosticar até 100, dependendo da técnica utilizada pelo laboratório.
Doenças detectadas no teste básico:
- Fenilcetonúria;
- Hipotireoidismo congênito;
- Doença falciforme e outras hemoglobinopatias;
- Fibrose cística;
- Hiperplasia adrenal congênita;
- Deficiência de biotinidase.
Doenças detectadas no teste ampliado:
- As 6 do exame básico;
- Galactosemia;
- Deficiência de G6PD;
- Tirosinemia;
- Acidúria Glutárica;
- Leucinose;
- SCID – Imunodeficiência Combinada Grave;
- Doenças chamadas “Erros Inatos do Metabolismo”, que incluem aminoacidopatias, distúrbios do ciclo da uréia, distúrbios dos Ácidos Orgânicos, distúrbios da Beta Oxidação dos Ácidos Graxos e Doenças Lisossômicas;
- Doenças infecciosas, como toxoplasmose congênita, Citomegalovírus, Sífilis congênita, Doença de Chagas e HIV.
Mas sem desespero! O teste obrigatório é o simples. Este, todo bebê deve fazer na primeira semana de vida.
Os testes ampliados ainda são muito caros e pouco acessíveis para a maior parte da população. É importante que as mamães conversem com seus médicos e procurem a melhor orientação.
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